domingo, 6 de junho de 2010

A Importância da Música no Ensino Médio

“A educação musical é um importante mediador do desenvolvimento da criança nas suas habilidades físicas, mentais, verbais, sociais e emocionais”. (Yogi, 2003, p.12)

A música é um poderoso aliado e o educador consciente deve ser capaz de lançar mão desse recurso. A música desperta sentimentos, emoções, sensibiliza o indivíduo quanto a questões que precisam ser tratadas com seriedade mas que tem sido banalizadas.


A MÚSICA E A APRENDIZAGEM

Quando um bebê nasce, seu cérebro é uma confusão de neurônios todos aguardando para serem tecidos na intricada tapeçaria da mente. Eles são puros e de um potencial quase infinito, circuitos não programados, que um dia poderão compor músicas. Se os neurônios forem estimulados eles passaram a fazer parte integrante da circulação do cérebro pela conexão a outros neurônios. Se eles não forem estimulados, poderão morrer. São as experiências da infância determinando quais neurônios serão desenvolvidos e quais habilidades serão desenvolvidas.

Uma vez estabelecidas às conexões, existem limites para a capacidade do cérebro de criá-los por si próprio. Limites de tempo, chamados de “períodos críticos”, eles são janelas de oportunidades que a natureza abre repentinamente, já antes do nascimento e que depois se fecha uma a uma. Isto não quer dizer que só há aprendizagem nesse período, mas que no momento adequado a mesma ocorre mais facilmente.

O cérebro lógico que é a habilidade de resolver cálculos matemáticos e a lógica, se desenvolve do nascimento aos 4 anos. Nesse período observa-se que criança cujas mães falam mais com elas nesse período tem vocabulário maior que outras com mães mais taciturnas. Aulas de música nesse período podem ajudar no desenvolvimento de habilidades espaciais. Quanto mais nova a criança aprender a tocar um instrumento, mais córtex ele dedicou para tocá-lo, podendo assim desenvolver seu raciocínio espacial.

Do nascimento aos 10 anos desenvolve-se a linguagem. Os circuitos do córtex auditivos, representando os sons que formam as palavras são conectados por ele por volta dos 2 anos mais o vocabulário infantil vai crescer ainda mais. Vê-se a necessidade de introduzir uma segunda língua nesse período para que a criança a domine perfeitamente.

O cérebro musical se desenvolve dos 3 aos 10 anos . Nesse período há a necessidade de cantar músicas para as crianças: melódicas e estruturadas, clássicas principalmente. Se ela demonstra aptidão ou interesse musical deve aprender a tocar um instrumento o mais cedo possível. Assim, o Ensino Fundamental coincide com o período em que o cérebro está aberto a aprendizagem musical.

Observa-se então, a importância de trabalhar a música em sala de aula de forma consciente, proporcionando as crianças a oportunidade de interagir com os mais diversos estilos musicais a fim de desenvolver suas habilidades.

A família é um elemento facilitador da Educação Musical, a partir do momento que oportuniza as crianças situações em que elas possam ouvir música como algo belo, gostoso de ser usufruída no cotidiano, como resposta às preferências e opções.

Como conseguir, nos dias atuais formar cidadãos mais afetivos? Trabalhando seus sentimentos e emoções através da música. É através da musicalidade vivida e sentida intensamente que a criança pode obter um desenvolvimento pessoal mais rico e abrangente, podendo se tornar um ser mais afetivo.

O professor ao trabalhar música em sala de aula deve ter em mente vários pontos importantes que irão favorecer seu aluno: a música é um dos diferentes recursos que contribuem para o desenvolvimento cognitivo e emocional da pessoa humana;a criança que tem oportunidade de fazer experiências musicais amplia a sua forma de expressão e de entendimento do mundo em que vive, desenvolvendo o pensamento criativo.

O uso da música em escolas como auxiliar no desenvolvimento infantil, tem revelado sua importância, através de canções, a criança vive, explora o meio circundante e cresce, do ponto de vista emocional, afetivo e cognitivo: cria e recria situações que ficarão gravadas em sua memória e que poderão ser reutilizadas quando adulto.

A rigidez da escola cerca o cotidiano do aluno levando-o a se tornar mero executor de tarefas, distanciando-o da realidade exterior e silenciando-o na sua individualidade. A generalização leva à uniformização de hábitos, gostos, informações, preferências. Todos passam a fazer parte da homogeneização cultural, devido à proximidade de certos produtos, inclusive a música, veiculados pelos meios de comunicação. Segundo Penna:

Os problemas de certas metodologias do ensino tradicional de música residem no fato de que tais metodologias pressupõem uma familiarização prévia com a linguagem musical, sendo por isso, muitas vezes ineficientes. Como poderão então, se adequadas a clientelas ainda mais carentes – comparando-se o aluno que tem condições de acesso a uma escola especializada com aquele de uma escola pública de 1º grau?

A escola precisa compatibilizar-se com as necessidades dos alunos tornando as atividades musicais mais interessantes, significativas e atraentes. Não adianta reformular ou completar programas de ensino, se a didática e a metodologia na prática continuam desatualizadas e se limitam a transmitir ao aluno os conhecimentos herdados, consolidados e freqüentemente repetidos em todos os semestres através de aulas de doutoral e fastidiosa atuação do professor.

Surge a necessidade de uma nova concepção de aprendizagem que se desloque para uma organização não linear dos conteúdos, deixando o aluno interagir com o meio social através das relações estabelecidas com o professor e com a classe. Para Dalben:

O aluno submerso na escola como uma malha de conteúdos e metodologias desconexos, submerso num espaço onde nada escolheu nada discutiu e onde nunca ninguém o ouviu, se vê repleto de aulas, de concepções de educação contraditórias, onde uns digladiam-se com os outros em busca também de espaços próprios.

Não há na verdade, um único caminho a ser seguido que possa garantir a eficiência da prática da educação musical. Não há imunidade para qualquer atividade ou método. As críticas e os questionamentos dever ser encarados como essencial e fundamental para o aprendizado, assim como um constante aprimoramento e busca de renovação.

O mais importante é que o professor conscientize de seus objetivos e dos fundamentos de sua prática onde a música deve ser encarada como uma produção e um meio educativo para a formação mais ampla do indivíduo e assim, assumam os riscos, as dificuldades e a insegurança de construir o seu caminho.

O momento atual vem trazendo, no campo musical, inúmeras novidades, com produções nos mais variados estilos, exigindo dos professores e profissionais da música uma outra maneira de perceber, experimentar e ouvir. Essa mobilidade e diversidade de linguagens não representam obstáculos para a criança ou para o jovem, pois estes recebem com naturalidade todo e qualquer tipo de música, além daqueles que cotidianamente lhes são apresentados e postos para apreciação.

Sendo assim, da mesma forma que não podemos ignorar o gosto musical dos alunos, não podemos negar-lhes a possibilidade de ampliar o seu campo de conhecimento musical. Professor e aluno devem buscar um consenso ao selecionar um repertório, ou mesmo um tema a ser abordado em sala de aula. Esse tipo de ensino-aprendizagem envolve conscientização e disposição para esclarecer a real proposta da educação musical, sempre que necessário, uma revisão dos seus pressupostos, que devem, antes de tudo, estar em sintonia com as necessidades, as expectativas e a formação integral do aluno.

Não há relutância pelos professores em aceitar estímulos diversos, até mesmo avessos aos seus, mas sim em deter-se diante de uma questão não resolvida e que precisa ser trabalhada e aprofundada. Na prática escolar encontram-se, em pólos opostos, dois mundos que representam, respectivamente, desejos e atitudes característicos de cada universo cultural. De um lado o mundo “intocável”, vivenciado e vividos pelos alunos e do outro o “adequado” considerado pelos professores como aceitável.

A música do cotidiano da criança deve ser utilizada em sala de aula e respeitada pelo professor. A música popular não deve ser ignorada pelo professor mas privilegiada pelo mesmo. É grande o pouco caso que a educação musical faz da música popular, entendida como música que o aluno ouve e da qual gosta. Trabalhar com a música que o aluno gosta é uma forma de trazer motivação para o processo ensino-aprendizagem. Isso significa que na prática educativa deve-se procurar, através dos conteúdos e dos métodos, respeitarem os interesses dos alunos e da comunidade onde vivem e constroem suas experiências.

Então, a escola deve oferecer a sua clientela música popular, clássica, de massa, folclórica, vanguarda, religiosa entre outras denominações que reforçam a pluralidade do universo musical. Oferecer uma variedade cultural a fim de que os alunos possam escolher o que mais lhe interessar.

Finalizando ao ensinar música o professor deve considerar as quatro atividades relacionadas ao discurso musical: a apreciação, a execução e a improvisação.

Fonte: http://quintoanocapitao.zip.net/

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